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Entenda as vantagens de alimentar vacas leiteiras com silagem de milho reidratado

De acordo com estudos feitos pela Epamig, a técnica permite mesma produção de milho com custos mais baixos

O grão de milho é o principal cereal energético utilizado em dietas para vacas leiteiras no Brasil. Entretanto, o milho cultivado em território nacional possui o endosperma duro (vítreo), o que dificulta a digestão por parte do rebanho. Como alternativa para resolver isso, a hidratação e a ensilagem do grão de milho maduro pode facilitar a digestão do ingrediente. 

A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  de Minas Gerais (Seapa), em conjunto a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e com o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marcos Neves Pereiras, realizam uma série de estudos para viabilizar formas mais nutritivas e econômicas de processar e armazenar o milho nas fazendas.

A silagem de milho reidratada serve como uma tecnologia inovadora de conservação de grão moído, por meio da silagem, para ser utilizado em dieta para vacas leiteiras.

Segundo a pesquisadora da Epamig Renata Apocalypse, a silagem de milho reidratado é uma forma barata de armazenamento do produtor. “O produtor pode comprar milho quando o preço do cereal estiver mais baixo. Além disso, a estocagem do material nas fazendas dispensa os altos custos com galpões e silos de terceiros e elimina as perdas por ataque de pragas, como carunchos”, afirma.

De acordo com estudos, a silagem de milho reidratado oferecida a animais especializados, como vacas holandesas geneticamente melhoradas para a produção de leite, mostram eficiência da dieta alimentar. O aumento da digestibilidade do milho, que ocorre durante o processo, permite a mesma produção de leite com o custo alimentar mais baixo.

“A adoção da silagem de milho reidratado em regiões brasileiras produtoras de milho é ainda mais fácil, pois não está presa à janela estreita de colheita, que é o caso da silagem do milho úmido, alimento similar. Ela pode ser realizada em qualquer época, mas preferencialmente quando o preço do milho está vantajoso. Basta deixar o milho secar completamente para só depois colher, reidratar e ensilar. Não tem erro”, indica Renata Apocalypse.

Sobre as vantagens do uso da silagem de milho reidratado, o produtor de leite e professor do Instituto Federal do Sul de Minas, Gustavo Augusto de Andrade, afirma: “a técnica aumenta a eficiência de uso da mão de obra em propriedade, pois é possível concentrar a moagem do milho em apenas um dia, ao passo que para usar o fubá, a moagem tem que ser diária. Além disso, a técnica potencializa os ganhos financeiros, uma vez que é possível armazenar o milho nas fazendas e obter ganhos na digestibilidade do amido por parte dos animais, o que reduz a necessidade de alimentos concentrados”.


Boi gordo comendo em confinamento. Foto: Plínio Queiroz/Canal Rural

Como fazer a silagem de milho reidratado?

A Epamig disponibiliza para download gratuito uma Circular Técnica com o passo a passo para fazer silagem de milho reidratado. No material, o produtor pode conferir dicas que vão desde a construção de silos até o armazenamento da silagem.

As dimensões dos silos e os equipamentos necessários para a moagem do milho vão depender da quantidade do material utilizado diariamente nas fazendas. Quanto mais fino o grão de amido, maior será a digestabilidade no rúmen. Por isso, é recomendada a moagem mais fina possível. Porém, em casos de grandes quantidades de milho a ser moído, como nas grandes fazendas, é indicada a moagem um pouco mais grossa, contanto que o produtor deixe a silagem armazenada por mais tempo.

A quantidade de água necessária para reidratação do milho é cerca de 35 litros para cada 100 quilos de milho moído. Ademais, a utilização de inoculantes auxilia na qualidade da silagem, pois melhora o processo de fermentativo e reduz a perda de alimento no processo da ensilagem.

O tempo recomendado de silagem é indefinido, ditado mais pelo estoque de alimento que o produtor pode oferecer para os animais. O silo pode ser aberto com duas semanas, mas os melhores resultados de fermentação se dão após 8 meses. Os cuidados para que não ocorra entrada de ar ou de água na massa ensilada são os mesmos adotados em outras silagens. Durante o abastecimento, as fatias deverão ser retiradas de maneira uniforme ao longo de toda a face do silo.

Fonte: Canal Rural

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