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MS destaca potencial logístico e desafios da Hidrovia Paraguai-Paraná em reunião binacional

O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), destacou a importância do transporte hidroviário de cargas na logística de escoamento das exportações de Mato Grosso do Sul e nas relações comerciais com o Paraguai e a Bolívia, bem como os desafios burocráticos e de infraestrutura para consolidar a Hidrovia Paraguai-Paraná como um modal logístico estratégico para o Brasil.

“O estímulo à hidrovia é uma estratégia adotada desde 2015 pelo Governo do Estado, com a implantação do PROEXP (Programa de Estímulo à Exportação ou à Importação pelos Portos do Rio Paraguai)”, comentou secretário Jaime Verruck no “Encuentro Binacional para promover la complementariedad y competitividad a través de la Hidrovia”, videoconferência realizada nesta terça-feira (4) com autoridades governamentais e empresários do Brasil e da Bolívia para debater o tema

“Precisamos agora, trazer o Ministério da Infraestrutura para esse debate, juntamente com as autoridades bolivianas e paraguaias para que tenhamos condições de desenvolver a estrutura portuária necessária, com as condições ambientais adequadas para viabilizar a hidrovia”, acrescentou o titular da Semagro no debate promovido pela é Cadex (Cámara de Exportadores, Logística y Promoción de Inversiones de Santa Cruz).

Um dos principais pontos do debate foi o problema do baixo calado do Rio Paraguai em diversos trechos, decorrente da seca que ocorre na região, a maior desde 1970 e que impossibilita a plena navegabilidade da hidrovia. “Temos altíssimas restrições de calado e de navegabilidade no rio. Isso tem afetado as exportações e importações brasileiras e bolivianas. Todo o potencial logístico que tínhamos pela hidrovia ficou bastante comprometido em função do calado e também pela elevação do custo do frete, que já aumentou US$ 4,00 por tonelada” afirmou Jaime Verruck.

Luiz Dresch, diretor da Granel Química, em Ladário, afirmou que “mesmo com as dificuldades por conta do calado, o porto de Ladário movimentou 1,5 milhão de toneladas neste ano. Mas temos no terminal cerca de 800 mil toneladas de minério de ferro esperando para ser embarcadas”.

De acordo com Diego Azqueta, CEO da InterBarge, consultoria contratada pela Cadex, “os problemas do calado do rio limitam a quantidade de cargas e elevam os custos de transporte. Estimamos um prejuízo médio anual de US$ 33 milhões por deficiências do sistema hidroviário. Somente em 2020, os prejuízos com as quedas de volume, decorrente do baixo calado e da elevação do frete, chegam a US$ 28 milhões. São perdas evitáveis se fizermos todas as ações sugeridas”.

Dentre as ações sugeridas pela InterBarge estão a ampliação do tamanho dos comboios no Canal do Tamengo e a facilitação da liberação dos comboios em Bolívia e Porto Murtinho.

Vanderlei Reck Junior, presidente da APH de Mato Grosso, informou que a manutenção para melhorar a navegabilidade do trecho da hidrovia entre Corumbá e Cáceres terá o aporte de R$ 6 milhões do Ministério da Infraestrutura.

Participaram também o Embaixador da Bolívia no Brasil, Wilfredo rojo; Oswaldo Barriga, presidente da Cadex; Jorge Arias, CEO do Complexo Agroindustrial Portuario Nutrioil S.A; Peter Ferte, da FV Cereais; Ricardo Fernandez, gerente-geral da Ferrovia Oriental; José Lacerda, suplente do senador Carlos Fávaro (MT).

Fonte: Marcelo Armôa/ Semagro | Fotos: Reprodução/Semagro

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